domingo, 20 de março de 2011

Como deve uma TAE  intervir pedagogicamente com crianças com NEE 



Durante grande parte da sua vida, as crianças e jovens são acolhidos pela escola, e é neste espaço de tempo em que se desenvolvem física e cognitivamente e que desenvolvem também competências indispensáveis para a formação da personalidade, a escola irá, portanto, continuar, integrar e ampliar a obra educativa dos pais. Depois da família, é a escola que exerce a influência máxima.
As crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas se devem adaptar, através de uma pedagogia centrada na criança, capaz de ir ao encontro das suas necessidades. As escolas regulares, ao seguirem esta orientação inclusiva, estabelecem os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias criando comunidades abertas e solidárias, construindo uma sociedade inclusiva e atingindo a educação para todos. Mas é necessário que a escola tenha condições de resposta às necessidades e características dessa criança para que ela possa realmente ser integrada. A integração pressupõe que a criança deve ser educada no meio o menos restritivo possível e que este meio possa responder satisfatoriamente às suas necessidades educativas, fornecendo-lhe o apoio educativo que ela necessita para superar o seu problema, mas não obriga a que a criança com NEE permaneça sempre na classe regular.
A escola deve ser acolhedora, actualmente a escola já deixou de ser caracterizada pelo professor rígido, exigente, que nunca sorria, aliás já está cada vez mais consciente do seu papel social. A escola já não se dedica exclusivamente ao ensino e reúne uma série de actividades escolares capazes de atrair a criança nos seus interesses pessoais mas também de interesse social. A criança sabe que na escola pode brincar com os colegas, participa em festas e outras actividades de carácter mais lúdico. O mesmo acontece com as crianças com NEE, não esquecendo que a inclusão destas crianças implica um esforço dobrado, uma vez que estas necessitam de mais apoio em relação às crianças ditas normais.



 A cada dia tem aumentado o número de pessoas com necessidades especiais presentes em Instituições de Ensino, graças a leis que vieram a tentar acabar com o preconceito e a falta de informação e ajudar na inclusão de deficientes. A utilização de softwares e ferramentas adaptados para as necessidades de determinados grupos de pessoas é algo de grande importância, para isso, temos que tentar criar meios adequados, seja através de adaptações físicas ou virtuais, como a criação de programas adequados a cada tipo de deficiência.
Deste modo, existem diversas técnicas práticas que se podem adoptar, o trabalho das auxiliares deve ser feito em articulação com as educadoras, numa perspectiva de colaboração e complementaridade. A auxiliar de acção educativa deve sentir-se envolvida e comprometida em todo o trabalho que se desenvolve com os alunos, tendo uma especial atenção para com os que possuem NEE, para que deste modo eles se sintam apoiados e se relacionem com os restantes colegas, promovendo assim a socialização.
A auxiliar de acção educativa deve ter uma postura serena,  atenta,  sabendo ouvir e dando espaço para que o outro fale,  firme e segura para que seja feito o encaminhamento correcto das diferentes situações e sejam evitados ou resolvidos potenciais conflitos.
Em relação às estratégias a adoptar, foi-nos pedido que evidenciássemos uma deficiência, nós optamos por realçar o Autismo.
Uma pessoa com Autismo tem, na maior parte das vezes, uma aparência física normal, no entanto apresenta dificuldades muito específicas em três áreas do seu desenvolvimento: dificuldade em socializar-se, em comunicar-se verbal ou não verbalmente, padrões repetitivos e estereotipados de comportamento, e revelam muitas vezes respostas de hipo ou hipersensibilidade a estímulos e ou outros problemas associados.




De uma forma generalizada a incapacidade nestas áreas traduz-se, na prática, em dificuldades significativas para aprender da forma convencional e pode manifestar-se, entre outras, por algumas características como falta de motivação, dificuldade na compreensão de sequências e de consequências, défice cognitivo, dificuldades de concentração e de atenção, alterações na descriminação/processamento auditivo e na compreensão de instruções fornecidas oralmente, falta de persistência nas tarefas, dificuldades em aceitar mudanças e em compreender as regras instintivas da interacção social, alterações de sensibilidade à dor, a sons, a luzes ou ao tacto, grande redução da capacidade imaginativa e de fantasiar, interesses restritos, alterações de sono vigília, ou particularidades do padrão alimentar.
Através da criação de situações de ensino estruturado com apoio de estruturas visuais, de material próprio e de actividades adequadas às suas necessidades (plásticas, gráficas, lúdicas, didácticas, pedagógicas, …) procura-se potenciar a motivação destas crianças para explorar e aprender com o objectivo de aumentar os tempos de atenção partilhada, de interacção social, de contacto do olhar e de comunicação através do olhar, desenvolver os tempos de atenção, de concentração e de interesse pelas actividades propostas e materiais. Manter e aumentar a capacidade de agarrar objectos, actividades motoras e verbais, aumentar a consistência da resposta em contextos variados, desenvolver a capacidade de cumprir ordens em diversos contextos e a competência para iniciar, realizar e terminar tarefas de forma autónoma.
Aqui também se trabalha a linguagem, a comunicação e a interacção de forma estruturada, assim sempre que é necessário ou possível usa-se um programa de linguagem do vocabulário (MAKATON3). Este utiliza gestos e símbolos em simultâneo com a fala e permite desenvolver a comunicação funcional, a estrutura da linguagem oral e da literacia facilitando o acesso aos significados do e no mundo com os outros o que proporciona maior disponibilidade para a relação.



Num ambiente no qual a firmeza e o afecto são uma constante essencial fomenta-se a sua permanência e o convívio com as outras crianças, desenvolvendo um trabalho sistematicamente articulado, com os docentes, auxiliares e com os colegas da escola e ainda de extrema importância com as famílias, procurando-se agir em vez de reagir, no sentido de se alcançar uma integração escolar bem planificada com programas e serviços adequados que permita oferecer um conjunto de vantagens a todos os implicados.
Quem lida com crianças com Autismo experimenta sucessivas e constantes adaptações, por isso, a colaboração entre todos os envolvidos (adultos e ou crianças) é de extrema importância, pois permite a redução de ansiedades e a manutenção de um ambiente calmo entre todos os parceiros e ainda potencializa os desempenhos de cada interveniente proporcionando o desenvolvimento de novas competências e promovendo mudanças. É nesta fase que a intervenção das Técnicas de Acção Educativa é essencial pois deve estar sempre atenta e agir rápida e eficazmente.

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