quarta-feira, 16 de março de 2011

Desenvolvimento Sexual de Crianças com NEE



O desejo sexual é uma motivação humana tão importante como a fome e a sede. Mas não envolve um défice interno que precise de ser compensado. E é uma motivação social (implica outra pessoa).
A criança é um ser sexuado, em relação consigo mesma e com os demais. A presença de manifestações e desejos sexuais em crianças, desde a pequena infância, foi uma das mais importantes polémicas levantadas por Sigmund Freud, o pai da psicanálise, há quase um século. Imaginem o escândalo dessa tese para a sociedade da época! A partir dali os estudos sobre o tema não pararam, e hoje em dia, a educação sexual ocupa espaços em muitas escolas e em muitas famílias.
O desenvolvimento da sexualidade humana começa com o contacto físico, quando os bebés são seguros e acariciados, é necessário e natural que isso aconteça, não se deve privar o bebé de contactos corporais. É necessário conhecer a criança como um ser sexuado, em relação consigo mesma e com as outras, para que se construa uma identidade sexual própria e positiva, sem maldades. A sexualidade infantil é uma das portas pela qual a criança desenvolve a sua personalidade e as suas relações com a afectividade.
Este assunto é polémico, mas necessário ser tocado, porque vemos, no mundo de hoje o aparecimento assustador de pedófilos por toda a rede e queremos deixar bem claro que a sexualidade na primeira infância trata-se de descobertas da criança, um ser puro e inocente. Nada tem a ver com sexo erotizado.
A sexualidade é uma coisa natural nos seres humanos, uma função como tantas outras, como comer, caminhar, ler, estudar, etc. E como tal, deve ser um tema a ser tratado com naturalidade, carinho, honestidade, tendo o seu próprio espaço dentro do processo educacional da criança.







Os caminhos que levam ao conhecimento do próprio corpo, de suas sensações, etc., nem sempre são os mais adequados para as crianças. Hoje em dia, as interferências neste processo de aprendizagem, fazem com que a criança esteja, cada vez mais cedo, exposta a manifestações severas, e em muitos casos incompreensíveis, da sexualidade. O culto à beleza, ao físico e à sedução, nos meios de comunicação, não distinguem a idade do seu público.
Existe um abuso das manifestações sexuais, nas quais, as crianças estão indiscriminadamente expostas. Os conteúdos sexuais podem acelerar as manifestações das crianças no tema da sexualidade, considerando que elas aprendem o que vêem fazer, na televisão, os seus pais, outdoors, e nos dias que correm também na internet, pois esta é, de todas, a mais fustigada com este tipo de conteúdos.
A educação da criança deficiente visual pode processar-se por meio de programas diferentes, desenvolvidos em classes especiais ou na classe comum, sempre com o apoio do professor especializado;
As crianças invisuais necessitam de uma boa educação geral, somada a um tipo de educação compatível com seus requisitos especiais, fazendo ou não, uso de materiais ou equipamentos de apoio.
A educação do deficiente visual necessita de professores especializados nesta área, métodos e técnicas específicas de trabalho, instalações e equipamentos especiais, bem como algumas adaptações ou adições curriculares;
A tendência actual da educação especial é manter na escola comum o maior número possível de crianças com necessidades educativas especiais;
Cabe à sociedade a responsabilidade de promover os auxílios necessários para que a criança se capacite e se possa integrar no grupo social.
Em relação ao tema da sexualidade, estas crianças não são diferentes das ditas normais, apenas necessitam de uma educação reforçada nesta área, pois necessitam de aprender a explorar o corpo de outra forma, porém, como não possuem visão tem necessidade de o explorar através do tacto, para poder ler o corpo como se de um livro em Braille se tratasse.



Nas primeiras fases do desenvolvimento, a oral e anal, as actividades não são diferentes das crianças normais, apenas deve existir um contacto físico mais frequente e prolongado, porque estando privadas da visão, necessitam de mais estímulos e “toque de pele”. A nosso entender a actividade ideal para estas fases são as massagens, pois além de lhes dar prazer, fazem um reconhecimento do seu corpo.
Na fase seguinte, a fálica, um exemplo de actividade para estas crianças é exploração do corpo humano através de bonecos representativos, sendo estes providos inclusive de órgãos genitais, feminino e masculino, para que desta forma possam reconhecer as diferenças entre meninos e meninas. Claro que este tipo de actividade é o ideal também para crianças no período da latência, pois estes bonecos têm a particularidade de se dividirem por partes, quase como um puzzle, uma vez que na fase anterior já o exploraram, vamos agora verificar se o reconhecem em separado, tendo que juntar as peças correctamente.
Na ultima fase, a genital, pressupõe-se que estas crianças já saibam ler, e nada melhor que fornecer-lhes livros informativos, em Braille, para que desta forma o seu desenvolvimento seja cada vez mais equiparado ao das crianças ditas normais.



Podemos desta forma concluir que as crianças com deficiência visual, desde que estimuladas, conseguem acompanhar as fases do desenvolvimento como se pudesse ver, só que vê com as suas mãos e necessitam de um pouco mais de tempo para concluírem a sua aprendizagem.

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